A Biotecnologia é uma ferramenta excelente no aumento de produtividade em diversos segmentos, como o da agricultura. A Biotecnologia no Brasil foi um divisor de águas quando falamos em Organismos Geneticamente Modificados (OGM), considerando como atualmente somos o maior produtor de soja no mundo, segundo dados de 2020/2021, da Embrapa.
E isso só é possível graças aos avanços constantes na tecnologia relacionada à organismos vivos. Afinal, a Biotecnologia acelerou o melhoramento genético de importantes culturas, a partir da modificação de genes, com técnicas moleculares muito precisas. Entre elas, é claro, a soja.
Com isso, plantas geneticamente modificadas melhoraram a produção no campo, pois são mais resistentes a determinadas pragas e tolerantes a herbicidas. A Biotecnologia também aumenta a variabilidade dos alimentos, deixando-os mais resistentes a doenças ou com maior valor nutritivo.
E não para por aí, a partir de determinadas técnicas, é possível desenvolver cultivares adaptadas a fazendas urbanas, e com mais resistência a adversidades climáticas, como as secas. No fim, essa ferramenta é a chave para desenvolvermos novas culturas e melhorar a produção de alimentos e de outros setores do mundo agrícola.
Ainda assim, é comum nos perguntarmos como foi o caminho trilhado até agora por essa técnica, até chegar no Brasil. Veja a seguir:
Biotecnologia ao longo dos anos
Biotecnologia primitiva
Antes de traçar o momento onde a Biotecnologia foi exercida de forma científica, é interessante lembrar de uma era mais primitiva, logo quando a humanidade passa a incorporar a agricultura no seu dia a dia.
Por meio da seleção de plantas mais vigorosas, vistosas e com maiores frutos, o homem passou a realizar a seleção artificial. Com ela, hoje temos vegetais com material genético diferente de seus ancestrais. Por isso, é comum considerar que qualquer vegetal comum no nosso dia a dia passou por alterações genéticas.
E é dessa forma que se inicia a Biotecnologia no mundo. Claro, num modelo mais primitivo, sem tanto conhecimento científico, mas ainda com grandes influências na dieta de toda a população.
Primeiros estudos e liberações
Apesar disso, os primeiros passos que podem ser considerados científicos aconteceram na década de 1940. Nessa época, ficou claro que alguns produtos químicos, assim como a radiação, tinham um efeito diverso em plantas, causando uma espécie de mutação. A partir disso, a modificação genética passa a ser mais discutida e tem maiores efeitos no futuro.
Especialmente considerando as descobertas de cientistas como James Watson e Francis Crick, os quais descobriram o DNA na década seguinte. A partir disso, o estudo dos genomas foi ganhando força, até desenvolverem técnicas de edição do DNA, como ocorreu pelas mãos de Herbert Boyer e Stanley Cohen.
Mas a produção e legalização de alimentos geneticamente modificados só entraria em cena realmente a partir dos anos 1980. Naquela época, o órgão americano Food and Drug Administration (FDA) foi o primeiro a liberar um organismo geneticamente modificado, a insulina.
Depois disso, outros órgãos seriam importantes na regulamentação de OGM’s, como o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (UDA) e a Agência de Proteção Ambiental (EPA). Com eles, as regras de uso e estudos se desenvolveram e chegaram a importantes conclusões para o uso de transgênicos, por exemplo.
Na década seguinte, os EUA ainda seguiam na dianteira quando o assunto era Biotecnologia. Naquele momento, a FDA já defendia que os materiais geneticamente modificados seguissem os mesmos pré-requisitos das cultivares tradicionais.
Primeiros impactos no Brasil
Os grãos foram algumas das culturas mais desenvolvidas com Biotecnologia nos EUA. Soja e milho já eram base para produtos GM e o algodão também figurava entre os mais estudados. Prevendo uma nova revolução, o Brasil logo toma decisões importantes.
Em 1995, uma lei foi criada para viabilizar o desenvolvimento tecnológico. Nela, eram formalizados os parâmetros para realizar a edição genética e comercializar os alimentos. Outra boa notícia foi a criação do órgão regulador dos avanços de biotecnologia em território nacional, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).
Em adição a isso, em 1998 a CTNBio concedeu a liberação da comercialização da Soja Roundup Ready, uma tecnologia da Monsanto, com a capacidade de tolerância ao herbicida glifosato. Apesar disso, foi apenas em 2003 que o cultivo comercial foi posto em prática, após várias discussões na esfera pública com órgãos como IBAMA e entidades como o Greenpeace.
Após outras regularizações, é criado o Conselho Nacional de Biossegurança, responsável pela Política Nacional de Biossegurança. Com ela, os processos para OGM’s foram simplificados e o Brasil entrou no ranking dos maiores produtores. Não por acaso, atualmente o nosso país é chamado de “o celeiro do mundo”, muito devido ao trabalho da Biotecnologia.
Tecnologias mais recentes
Após a criação da Política Nacional de Biossegurança, diversas tecnologias passaram a figurar no agronegócio brasileiro. Entre elas, é possível destacar a Bollgard I (algodão), Yeld Gard e Liberty Link (milho), assim como a Intacta RR2 PRÓ, da Monsanto.
É importante destacar que os OGM’s mais recentes também focaram na resistência a insetos, como lagartas do complexo da soja e agentes como a lagarta-do-cartucho e a lagarta-da-espiga, comuns espigas de milho. Não à toa, a produção das duas culturas só aumentou no Brasil.
Além do mais, a terceira geração de soja transgênica promete ainda mais benefícios, como a Intacta 2 Xtend e a Conkesta E3. No fim, a agricultura ainda tem muito a ganhar com os benefícios da Biotecnologia. Continue ligado no
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