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março 2015 Geral

Rio Grande do Sul deve ter nesta safra a maior produtividade de milho da história

Dá para fazer mais com menos? Sim. E o milho gaúcho é a maior prova disso. Se as previsões para a safra atual se confirmarem, o Rio Grande do Sul terá obtido a maior produtividade média da história na menor área plantada nos últimos 40 anos — a série da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) começou em 1976.

Presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado (Apromilho-RS), Claudio de Jesus aponta três fatores para o bom desempenho: maior área irrigada, melhoria na assistência técnica e avanço em biotecnologia. Dessas, destaca a última como decisiva para expandir o potencial do grão:

— Há sementes de milho que, se forem cultivadas em estufa protegida de frio, calor, ataque de pragas, doença e variações climáticas, podem chegar a até 700 sacas por hectare, quase sete vezes a média.

O assistente técnico da Emater Alencar Rugeri pontua que não há relação direta entre aumento de produtividade e de gastos na lavoura. E frisa que o diferencial está no uso eficiente da tecnologia:

— O produtor está capitalizado e tem feito bons investimentos em insumos, tecnologia e cultivares.

Quanto ao mercado, o analista Farias Toigo analisa que a crescente migração da soja, que tem margem de lucro mais atrativa, é um desafio a ser superado:

— O preço do milho não está ruim e, se a China voltar a comprar do Brasil, perspectiva que existe, há boa projeção para exportar.

Irrigação garante bom resultado em dobro

Não há dúvida: plantar milho irrigado é certeza de bom resultado na lavoura. O investimento na tecnologia é um diferencial por garantir a produção independentemente da oscilação climática, salienta o presidente da Apromilho-RS, Claudio de Jesus.

— A irrigação é viável e não deixa produtor refém do clima. É investimento pagável, pois a produtividade em área irrigada é o dobro da de sequeiro.

Mas ele frisa que, embora o juro e o prazo para adquirir os equipamentos estejam bons, é fundamental que o licenciamento seja emitido com mais agilidade.

— O fato de os pedidos ficarem pendentes acaba desestimulando, até porque o custo não é tão barato — pontua o analista Farias Toigo.

Para o assistente técnico estadual da Emater Alencar Rugeri, a estatística mostra que a irrigação é capaz de dobrar a produtividade, mas, por ter custo considerável, ainda é privilégio de poucos:

— A irrigação é o suprassumo de todas as tecnologias, mas, antes de investir, é preciso cuidar do solo, ter manejo bom e usar os equipamentos adequados.

 

Fonte: Jornal Zero Hora - Campo e Lavoura 

Foto: Diogo Zanatta / Especial

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